labirintoEsta é uma campanha online organizada pela ANPED, a Aliança do Norte para a Sustentabilidade, pela CIVICUS e pela Consumers International em resposta ao novo texto apresentado hoje (16/6) pelo governo brasileiro. A partir de amanhã, 17/6, estas organizações chamarão a atenção da Comissão Europeia e da mídia internacional sobre esta campanha, mostrando que o texto negociado não faz uma única menção à justiça ambiental, enquanto o termo "eficiência" aparece 14 vezes, e "crescimento econômico" aparece 20 vezes.


A campanha pede urgência ao governos do Brasil, ao Secretriado da Rio+20 e a todos os Estados-Membro da ONU para que entrem em acordo agora em torno de ações em direção ao desenvolvimento sustentável.
A campanha recebe assinaturas online em http://www.ipetitions.com/petition/the-future-we-dont-want/
Confira o texto da petição em português*:

O FUTURO que nós não queremos

Nós - organizações da sociedade civil e movimentos sociais e de justiça que responderam ao chamado da Assembléia Geral das Nações Unidas para participar da Rio +20 – sentimos que o estado atual das negociações ameaça severamente o futuro de todas as pessoas e compromete a relevância e a credibilidade das Nações Unidas.

Depois de mais de dois anos de intensas negociações e milhões de dólares investidos na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, os governos são incapazes e não demonstram vontade de reafirmar os compromissos com relação a princípios fundamentais que fizeram no Rio em 1992.

Os governos devem perceber que eles recebem seus mandatos de seus cidadãos e que é no melhor interesse dos cidadãos e cidadãs que eles devem agir. Eles devem estar imbuídos de uma visão de longo prazo, de uma mentalidade ecologicamente orientada, de modo a garantir o desenvolvimento sustentável das civilizações e um melhor futuro para todos, o futuro que nós realmente queremos.

Embora os governos aparentemente sejam incapazes de lidar de maneira resiliente com a crise econômica global atual (um problema confirmado na reunião do G20 neste fim de semana no México), acreditamos que este é o momento perfeito, com um impulso potencialmente catártico, para adotar o desenvolvimento sustentável e a justiça social e ambiental. Esta não é a hora de abandoná-los por conta de políticas fiscais austeras ou pressões alegadamente pró-crescimento vindas do Norte. Apelamos ao Governo do Brasil, ao Secretário-Geral da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável e a todos os Estados-Membros para que parem de negociar suas agendas nacionais de curto prazo e para que entrem em acordo agora, com urgência, sobre as ações de transição para o progresso sustentável global.

Queremos que os Governos a honrem agenda legítima de seus cidadãos e a realização dos direitos, da democracia e da sustentabilidade, bem como o respeito pela transparência, pela sua responsabilidade e o respeito a promessas feitas e realizações já alcançadas. Infelizmente, o tempo está se esgotando. Um acordo apressado e de fraco não será aceitável para nós, nem será representativo do futuro que todos queremos.

Apelamos aos nossos concidadãos, os 99% dos cidadãos do mundo, a defenderem o futuro que realmente queremos, e não este que está sendo imposto por uma minoria: os 1% de negociadores e as elites que eles representam.

Para todos: deixem que as vozes da maioria finalmente moldem o futuro.

Inicialmente assinado por:

ANPED, a Aliança do Norte para a Sustentabilidade

CIVICUS

Consumers International

(E mais as outras organizações que endossarem esta declaração online)

*Tradução de Graciela Selaimen